“Por que [os homens] se interessam em nos separar das ciências a
que temos tanto direito como eles, senão pelo temor de que partilhemos com
eles, ou mesmo os excedamos na administração dos cargos públicos, que quase
sempre tão vergonhosamente desempenham?”, Nísia Floresta
A conquista do direito ao voto feminino
no final dos anos 1920 teve grande destaque na sociedade e nos jornais do
estado, graças à luta da norte-rio-grandense Nísia Floresta, tendo grande repercussão
no país. Não satisfeitas apenas em votar, as mulheres lutaram também pelo
direito de serem votadas. E mais uma vez o RN foi pioneiro no Brasil com a
eleição da prefeita de Lajes, Júlia Soriano, conhecida em todo país.
Dionísia Gonçalves Pinto nasceu em
Papari (hoje Nísia Floresta), era escritora e estreou como articulista em 1831;
abolicionista, republicana, feminista e poeta, viveu quase três décadas na
Europa, comunicando-se de perto com os intelectuais da época; educadora, fundou
os colégios “Brasil” e “Augusta”, no Rio de Janeiro; tida como uma das mulheres
mais importantes da história do RN, sob o pseudônimo Nísia Floresta Brasileira
Augusta.
A escolha de seu pseudônimo revela sua personalidade excêntrica:
Floresta, referindo-se ao sítio onde nasceu; Brasileira, referindo-se à
necessidade da afirmação de seu nacionalismo; e Augusta, em homenagem a seu
companheiro (Manuel Augusto). Para Gilberto Freyre, Nísia Floresta era “uma
exceção escandalosa” ao comportamento característico das mulheres de seu tempo: “Verdadeira machona entre as sinhasinhas dengosas do meado do
século XIX. No meio dos homens a dominarem sozinhos todas as atividades extra
domésticas, as próprias baronesas e viscondessas mal sabendo escrever, as
senhoras mais finas soletrando apenas livros devotos e novelas […], causa pasmo
ver uma figura de Nísia”.
O pensamento de Nísia foi fortemente influenciado pelo filósofo Augusto Comte, pai do
positivismo, com quem conviveu durante suas viagens à Europa. O pensamento
positivista entendia as mulheres como importantes figuras sociais, dotadas de
uma “identidade positiva” fundamental para o crescimento das sociedades.
Sugestão de atividades: (5º ao 9º ano)
1ª
etapa
Faça
uma explanação sobre a trajetória para a conquista do voto feminino no Brasil,
dando ênfase a história de Nísia Floresta. Comente que Dilma Rousseff é a
primeira mulher a ser eleita presidente da república na história do Brasil. Pergunte
aos alunos se conhecem o nome de outras mulheres que desempenham funções
políticas (ministras, senadoras, governadoras, deputadas, prefeitas ou
vereadoras) em nosso país. Se possível, cite o nome de algumas mulheres que ocupam
cargos políticos na cidade ou no estado.
Explique
aos alunos que a atual participação política da mulher no Brasil foi resultado
de muita luta e manifestações. Para auxiliar sua explicações e seu comentários
leia do texto do professor José Eustáquio sobre os 80 anos do direito de voto feminino
no Brasil. (Disponível em: http://www.enfpt.org.br/node/413).
2ª
etapa
Proponha
aos alunos a produção de um texto coletivo no caderno sobre a trajetória da
participação política da mulher no Brasil, desde as primeiras manifestações no final
do século XIX até a crescente participação feminina nas últimas eleições.
Objetivos específicos:
-
Conhecer a trajetória e participação política da mulher no Rio Grande do Norte
e no Brasil.
-
Compreender que o direito do voto feminino no Brasil foi uma conquista das manifestações
das mulheres brasileiras.
Materiais de apoio:
- Computador
com acesso à internet.
- Projetor
multimídia (opcional).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PINHEIRO, Carlos Sizenando
Rossiter. PINHEIRO, Fred Sizenando Rossiter. DOS BONDES AO HIPPIE DRIVE-IN:
Fragmentos do cotidiano da cidade do Natal. Natal: Associação Brasileira das
Editoras Universitárias, 2009. pg. 27-29.
FLORESTA, Nísia. Direitos das
mulheres e injustiça dos homens.
São Paulo: Editora Cortez, 1989.
Postagem de Thaís
Maranhão (thaís.fly74@yahoo.com.br)
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