quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Guia de Filmes para trabalhar em sala nas aulas de História

          O intuito desta postagem é fornecer uma lista de filmes passíveis de serem trabalhados em sala de aula na disciplina História. Desde "A Guerra do Fogo", uma visão da Pré-História, até "Olga" ou "Barão de Mauá", mais voltados para a História do Brasil, estas películas possibilitam um trabalho crítico de viés histórico com os alunos das séries do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
          Vale salientar que o uso de televisão e cinema em sala de aula não pode (nem deve) substituir a explicação histórica. Segundo Crislane Barbosa Azevedo (doutora em Educação pela UFRN), o filme deve, sim, ser usado como contribuição "[...] para uma melhor compreensão dos alunos a respeito das questões de cunho histórico", devendo levar-se em consideração a análise das intenções do remetente, bem como as estruturas comunicacionais e as reações do receptor. Deve procurar perceber-se as intencionalidades de quem produziu (quem produziu, a quem se dirige, por que) e analisar-se o "que" e "como" foi dito (análise semântica). 
         O professor de História deve usar o filme como documento, levando em atenção "[...] o contexto social e político de produção da obra e a recepção do filme pelo público" (AZEVEDO, 2011, p. 71), pois, por vezes, "[...] um filme tem mais a dizer sobre o momento em que foi produzido do que sobre a época que pretende retratar" (AZEVEDO, 2010, p. 14).

          Segue abaixo a lista de filmes (com indicação do assunto que trata) para uso em sala de aula na disciplina História. Para assistir qualquer um deles clique sobre o nome embaixo da foto.

A Guerra do Fogo (Pré-História)
  O Doador de Memórias (A importância da memória)
 300 (Grécia Antiga)
 Tróia (Grécia Antiga)
 Spartacus (Império Romano)
 Gladiador (Império Romano)

Cruzada (Idade Média)

 Coração Valente (Idade Média)

 1492 - A Conquista do Paraíso (Descoberta das Américas)


 Lutero (Reforma Protestante)

 Shakespeare apaixonado (Renascimento)

 Maria Antonieta (Revolução Francesa)

 Tempos Modernos (Revolução Industrial)

 O Grande Ditador (Segunda Guerra Mundial)

 Pearl Harbor (Segunda Guerra Mundial)

 Boa noite e boa sorte (Guerra Fria)

 Malcolm X (Guerras étnico-raciais)

 Diamante de sangue (África no séc. XX)

 Olga (América latina no séc. XX)

 Barão de Mauá (Industrialização do Brasil)


Bom trabalho!

Postagem de Emídio de Medeiros (emidio.medeiros@hotmail.com)

Referências bibliográficas:

AZEVEDO, Crislane Barbosa. A renovação dos conteúdos e métodos da História ensinada. Revista Percursos, v.11, n. 02. Florianópolis, 2010.
AZEVEDO, Crislane Barbosa; LIMA, Aline Cristina Silva. Leitura e compreensão do mundo na educação básica: o ensino de História e a utilização de diferentes linguagens em sala de aula. Roteiro, Joaçaba, v. 36, n. 1, p. 55-80. 2011.
Filmes para você estudar História. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/divirta-estudando/70-filmes-para-voce-estudar-historia/>. Acesso em: out 2014.
História Online. Disponível em: <http://historiaonline.com.br/hotv/filmes/>. Acesso em: out 2014.



terça-feira, 28 de outubro de 2014

A verdadeira história do papel

         Todo mundo já deve ter escutado que o papel foi inventado por Tsai Lun em 105 d.C na China, certo?
           Acontece que não foi bem assim...
        Na verdade o papel foi criado por um desconhecido em 73 d.C na região de Zhongyan, também na China, e Tsai Lun somente apresentou a inovação ao Imperador.
       Mesmo sendo mais um daqueles casos onde "o papagaio fala e o periquito leva fama", o equívoco sobre quem criou o papel não afeta em nada a importância dessa grande invenção para a humanidade.
           Mesmo os chineses mantendo-o secreto por aproximadamente 600 anos, o papel revolucionou a escrita e a História por ser um suporte mais durável, mais acessível e mais barato do que o papiro e o pergaminho. 

Dica para o professor:

            Faça seus alunos colocarem a mão na massa! Ensine-os a fazerem papéis recicláveis e destaque tanto a importância desse suporte de escrita para a História como para o Meio Ambiente.
       
            Não sabe como fazer? Assista o vídeo abaixo.



Postagem de Glaucia Dias (glaudiaz@hotmail.com)

Referência Bibliográfica:
Roth, Otávio. O que é papel. São Paulo: Ática, 1998.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Uma apresentação teatral na escola

Abaixo deixo o exemplo de uma peça apresentada na Escola Estadual Maria de Lourdes Câmara Souto, em Natal, por jovens adolescentes. O roteiro é simples e perfeitamente adaptável para crianças mais novas. O tema, a preocupação com o Meio Ambiente, também é relevante historicamente. Vivemos uma época em que urgem medidas e esforços no sentido de preservarmos o planeta. Mas foi assim desde sempre? Quando surgiu essa preocupação? Historicamente falando, nosso tempo é o de maior zelo ou o de maior descuido ambiental?


A Revolta dos recipientes

O catador, à esquerda, vai pegando latinhas e colocando num saco, rabugento.  À direita, instantes depois, surge o médico, bata branca, queixo erguido, prontuário nas mãos, lê...


Médico- Oh, esse daqui já morreu... Dengue hemorrágica! (joga o papel no chão)

O catador, que percebe o gesto do médico, tosse. O médico não o nota, tira uma máquina fotográfica do bolso, encara a paisagem...

Médico- Ah, pilhas velhas! Esqueço sempre de comprar recarregáveis. (tira as pilhas da máquina e joga-as no chão, zangado) Nunca funciona quando a gente quer.
O catador, que mais uma vez percebe o gesto do médico, tosse. Dessa vez com mais força. Mas o médico continua não o notando, e tira um lenço de papel do bolso.

Médico- Ainda por cima essa gripe! (assoa o nariz, tira um sanduíche do bolso) Ai, sanduíche mais podre! Ai, que nojo! (deixa cair o sanduíche e o lenço de papel no chão)

O catador, ainda mais furioso, tosse mais forte ainda. Nesse caso, pode aumentar o número de tossidas. A Terra que presencia toda a ação junto ao fundo da cena, vai ficando mais triste.

Catador- (colocando o saco no chão) basta! (grita) Amigos!
Nesse instante, entram todos os recipientes correndo, rodeiam o médico que parece meio assustado. Pelo contrário, no fundo da cena, a Terra se anima.
Recipientes, Catador- (andando ao redor do médico)
Estamos fartos, estamos fartos
De tanta inconsciência
Jogar o lixo no lugar certo
Não requer nenhuma ciência
Estamos fartos, tomem nota
Lixo em todo lado
Nos rios, nas calçadas, nas portas
Não será mais tolerado

Nesse ponto, vez a vez, um se destaca, chega-se ao médico e grita:

Azul-
Azul é a minha cor
Até criança sabe
Papel, por favor

Vermelho-
Vermelho, seu Horácio,
E não finja que não sabe
Eu sou o lugar do plástico

Amarelo-
Pra mim, por favor, metal
Vestido de amarelo
Levo desleixo a mal

Verde-
Eu sou a cor do vidro
Esse verde bem bonito
Não quero ficar bravo contigo

Marrom-
Marrom, sinhô doutor,
Lixo orgânico, você sabe,
O sanduíche, por favor

Roxo-
E eu sou o mais perigoso
O demônio radioativo
A minha cor é o roxo

Branco-
E eu o lixo hospitalar
Germes, vírus, bactérias
Vou te infectar

Preto-
Eu sou o parente negro
Responsável pela madeira
Cuidado com esse enredo

Cinza-
Sou, doutor, o pior de todos
Cinza, lixo contaminado,
Maltratado morre todo o povo

(todos, menos o médico)-
Estamos fartos, estamos fartos
De tanta inconsciência
Jogar o lixo no lugar certo
Não requer nenhuma ciência
Estamos fartos, tomem nota
Lixo em todo lado
Nos rios, nas calçadas, nas portas
Não será mais tolerado


Nesse momento, o médico foge correndo. Os recipientes saem instantes depois. Em cena fica apenas o Catador, que continua sua tarefa, e a Terra girando feliz.

Cena II

À esquerda, o catador recolhe os detritos, a Terra ao centro, feliz, na direita, um corpo, o médico deitado sobre o chão. Quando o Catador o vê, corre até ele. Verifica o pulso.

Catador- Morto!

Nesse instante, entram os recipientes, cercam-no, e um a um repetem:

- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
- Morto!
Entra a agricultora.

Agricultora- Leptospirose! Leptospirose!

Outros- Leptospirose?!

Agricultora- Leptospirose.
Agrupam-se todos na frente.

Todos-
Estamos fartos, estamos fartos
De tanta inconsciência
Jogar o lixo no lugar certo
Não requer nenhuma ciência
Estamos fartos, tomem nota
Lixo em todo lado
Nos rios, nas calçadas, nas portas
Não será mais tolerado
Estamos fartos! Estamos fartos!




Postagem de Ricardo Barbosa (ricardoalex_78@hotmail.com)
                                                                                                              Dramaturgia de Ricardo Barbosa